quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sinto o mesmo!

É...eu não gosto de copiar texto de outras pessoas, gosto sim de colocar as vezes trechos com o qual me identifico naquele momento, porém dessa vez não teve como. Peço desculpas a querida Marcele, a qual tem um blog q eu adoro ler e acompanhar a sua estória, mas ela simplesmente postou um texto que era exatamente o que estava na minha mente mas não conseguia fazer pular para a tela do computador, eu estava pensando e não conseguia achar as palavras certas para escrever. Obrigada amiga, acho que vc leu a minha mente! Eu só mudaria uma coisinha, a idade e a profissão, do resto, perfeito! Ai vai, por Marcele Alencar - http://ceuazulaposatempestade.blogspot.com/



Desabafo de fim de ano

Ver o ano virar traz essa sensação de zerar os ponteiros, de começar tudo de novo, de renovar a esperança, de traçar novos projetos, de fazer pedidos e promessas... Ver o ano virar faz com que agradeçamos pelo que existe, por estarmos bem e com pessoas muito queridas ao lado, faz com que vejamos a dádiva que é a vida e seu correr no tempo... Ver o ano virar faz com que reflitamos também sobre o passado, sobre os saldos, sobre o que se viveu...
Pois bem. Eu também sinto tudo isso, mas confesso que, nessa última semana do ano, tenho pensado que em 2012 eu me tornarei mais uma balzaca. Os cabelos brancos, a pele flácida na pálpebra superior, as rugas ao redor da boca, as dobrinhas na barriga e o bumbum meio mole já haviam me alertado sobre o passar dos anos. Definitivamente, em 2012 eu serei uma mulher de trinta.
Aí, muitas vezes, eu me pego me sentindo muito, muito, muito mais velha. Enquanto as meninas da minha idade namoram, planejam casamentos e filhos, se despedem ou aproveitam a vida de solteira, sofrem e amam, viajam, farreiam, bebem, badalam na night, gastam (muito!) com roupas e sapatos e maquiagens, eu me pego preocupada com trocentas responsabilidades outras: orçamento familiar, matrícula e material escolar, prestação de apartamento... Eu me vejo constantemente somando e subtraindo números em busca de proporcionar o melhor para os pequenos e o mínimo para mim; fazendo cálculos mirabolantes no começo do mês e participando do "se vira nos 30" no final. É claro que tudo isso é, em parte, escolha pessoal e, em parte, surpresa do destino. É claro que eu não me arrependo de ser quem eu sou e de estar aqui.
Porém, ainda existe aqui a menina que eu sempre fui, disfarçada nesse corpo de mulher-mãe-advogada-donadecasa. Uma menina que precisa de colo, precisa de afago, precisa chorar (muitas vezes), precisa brincar e espairecer, precisa dividir o peso... Uma menina cheia de sonhos e ideais românticos e vontade de ser feliz. Aqui dentro mora uma menina que ainda acha que tem a vida inteira pela frente e acredita que há surpresas muito boas reservadas para ela num futuro próximo. Há uma menina em mim que carrega bravamente muito mais do que é capaz, equilibrando muitos pratos sobre varas e dançando o rebolation a fim de evitar que tudo vá ao chão. Às vezes, ela anda cabisbaixa, chutando pedrinhas; mas, em outras, sorri bonito, enrugando os olhos. A menina que mora em mim me faz encarar as coisas com leveza e a mulher me coloca os pés no chão e me dá opiniões formadas sobre tudo. A menina me diz que o que importa é ser feliz hoje e quer tudo para já. A mulher me impõe responsabilidades e previdência e me manda pensar cada vez mais no amanhã e me preparar para os nãos da vida. A menina se entrega, se joga, age no impulso e na vontade; e a mulher pondera, exige, reflete.
Talvez, chegar aos trinta seja realmente estar nesse meio do caminho, nesse ponto em que a juventude e a maturidade convergem e disputam espaço. Muito embora eu saiba que fui empurrada para o lado de lá há alguns anos, muito embora eu perceba o quanto a vida me exigiu sapiência financeira-intelectual-psicológica no tranco, eu continuo com alguns resquícios juvenis, que ainda me amarram a uma parte da minha vida que se vai cada vez mais de mim. Diante disso, eu desejo apenas não perder o brilho no olhar, o sorriso de menina, a fé que me empurra para frente mesmo carregando todos os pesares e apesares, e a esperança de dias melhores. Desejo que seja leve e que seja doce e que tenha paz. E isso é tudo...

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